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Apóstolo de Cristo, Doutor em Teologia. Secret.Geral do Conselho Apostólico Brasileiro. Presidente da RAMC-Brasil, Rede Apostólica de Ministérios Cristãos, Presidente da Comunhão Cristã - Igreja Apostólica. Vice-Presidente para o Brasil da CONELA - Confederação Evangélica Latino Americana.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Compaixão

Certa vez, em uma viagem regular pelos confins da Amazônia, nosso barco quebrou; coisa que acontecia também de forma regular, e acabamos mudando o curso de nossa viagem, tendo que usar a “voadeira”, pequena embarcação de alumínio, com motorzinho de popa, próprio para pescadores. Entretanto acabamos viajando por oito horas no pequeno barco, e acabamos alcançando nosso novo destino, junto à tribo dos “PiraRã”, ou seja “rã de fogo”, uma tribo indígena que já contou com mais de cinco mil integrantes, mas que agora tinha apenas cento e trinta almas, vivendo a dois dias de viagem de lugar nenhum!

Mas a compaixão viajava conosco, e logo pudemos expressá-la, começando pelo cacique, que se adiantou em nos receber. Seus olhos brilhavam com a expectativa de receber algo que pudesse trazer esperança para toda a tribo, esperança de continuidade da vida, de sobrevivência.

Antes de embarcarmos, a compaixão nos fez comprar e levar na viagem dois mil anzóis de vários calibres, mas com certa ênfase nos de grande calibre, para peixes de mais de trinta quilos! Quando o cacique percebeu o tesouro que carregávamos, começou a gritar, e a chorar, a pular e a chamar os demais, e logo uma turbe se formou para receber o tesouro. Caixas e caixas de anzóis foram entregues aos índios, e a comoção foi geral! Em meio a tudo aquilo, eu apontava para o céu e repetia sem parar que Jesus nos havia enviado para trazer socorro, alivio, salvação à toda tribo.

Mas, a compaixão tinha reservado algo mais para aquele dia. Eu estava como que vestido de “Rambo”, com uma faca de caça enorme, presa ao colete, próprio para carregar duas armas de fogo e muita munição. Ao lado da faca, estava a minha reserva estratégica de sobrevivência, carregada sempre comigo, para casos de emergência como a quebra do barco. Tratava-se de uma caixa de “Bis”, com vinte deles, para serem comidos em dois dias, e aguardar o reboque, o socorro mecânico, e o regresso para a cidade. Mas uma pequena indiazinha, de olhinhos pretos e pele de porcelana me viu comer o primeiro bis, e comer com minha costumeira avidez e pronto, outra turbe se formou, e dezenas de pequenas criaturinhas avermelhadas se engalfinhavam ao meu redor.

Quando a pequena indiazinha colocou o bis na boca, seu sorriso encheu o rio Marmelo de tal forma que, o nível da água subiu de repente! Não preciso dizer que fiquei dois dias sem comer, esperando carona pra casa, deitado numa rede, a dois metros do solo, para dar lugar aos animais que passavam por baixo de nós, e logo abaixo de um montão de tarântulas que se espalhavam pelo topo das árvores, como se fossem mosquitos! E por falar em mosquitos, bem não vou falar deles, pois me dá vontade de chorar...

Na minha chegada, minha mulher celebrava, pois me achou mais magro, e se alegrou com a compaixão, que salva, que demonstra o amor de Cristo, e que nos une, em torno de propósitos eternos. A compaixão tem o poder de fazer o rosto formoso, e alegra profundamente o coração do Pai.

Você está convidado para nossa próxima viagem.

Deus te dê compaixão!

Um comentário:

  1. Compaixão a palavra que perdeu o valor na igreja do senhor. É tempo de restaurar o amor!

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